segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Passagens 1

(...) Mas afinal o que é a Verdade? A Verdade existe? A Verdade É? Poderá algo Ser não tendo consciência de si ou do mundo? Poderá algo Ser não existindo fisicamente e, por consequência, não percepcionando?
Bem... Eu digo que sim.
Afinal, quem é Deus para aquela velha senhora que todo o dia reza baixinho?
Quem é o Homem crucificado na cruz que com tanto amor carrega à volta do seu pescoço num fio de ouro?
O que é o Peixe que chega num triciclo motorizado todas as semanas à porta de sua casa?
O que São eles? São algumas das Verdades da velha e devota senhora.
E o que É este Deus, este Cristo e este Peixe para um indígena do outro canto do mesmo mundo?
(...) Vejo a Verdade como um acto inconsciente (e consequentemente Natural e Verdadeiro) de criação. A Verdade é uma conformidade entre o Animal e o Fenómeno, o princípio essencial do Ser. Parte da Experiência do fenómeno mas ultrapassa-o, chegando a realidades que o transcendem.
O "Eu" não existe antes da Verdade, nasce destas, que se começam a construir de acordo com as suas necessidades animais e com a sua experiência, influenciadas naturalmente pela natureza que o rodeia -"O Homem é a medida de todas as coisas."
Logo, a mentira ou blasfémia surge quando 2 raças de animais que habitam espaços geográficos diferentes ( e também em espaços iguais quando a população de uma certa sociedade se começa a hierarquizar egoístamente e atingir um numero populacional que impossibilita uma consciência comum, criando-se culturas dentro de culturas) entram em conflito, numa disputa pela Verdade.

Passagem de "Introspecção" - 4. Set 2010 - Pala

1 comentário:

  1. Muito bom Miguel! Uma obcervação sobria! Continua pensar mas não te esqueças de olhar para as estrelas...

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