domingo, 15 de fevereiro de 2015

Endo/Exo Genesis - Curta metragem 4 minutos

Ideia:
Devido à superabundância de material descoordenado que a filmagem em registo de documentário ou improviso produz torna-se difícil organizar o mesmo num tudo consistente, pelo que a unidade ou sentido narrativo deve ser então procurada na potência dialéctica da montagem e na utilização de padrões rítmicos formais. (Slavoj Zizek) 
A ideia foi partir para o pinhal de Arada (Ovar) e filmar num registo de improviso e sem guião, para encontrar uma unidade ou sentido narrativo na montagem. Também passou por criar uma atmosfera mística e poética, sem recurso a diálogos, diluindo as fronteiras entre o "real" e o "sobrenatural". Fazia também parte da missão fazer tudo (filmar e editar) em 24 horas.

Sinopse:
Um jovem a acampar num pinhal à beira mar depara-se com estranhos fenómenos, o fantasma de um indígena e um estranho monolito brilhante.

Filme:





Frames:

























Notas Finais:

Claras influências de "2001" de Kubrick e "Febre Tropical" e "Tio Boonmee" de Weerasethakul.


Endo significa Interior.
Exo significa Exterior.
Genesis significa Criação.
A ideia mais interessante cujo questionamento este filme pode potenciar (de acordo com a minha interpretação) é a origem dos estímulos que nos fazem interpretar e significar o mundo, podendo partir de uma Experiência Espiritual (interior) ou de uma Experiência Empírica (exterior). 
O ser indigena e o monolito são criações do personagem principal ou existem de facto? Creio que a questão tem de ser reorientada não no sentido de simplesmente nomear os fenómenos como reais ou surreais/irreais, mas, reconhecendo ambas as "possibilidades do real", pensar onde poderemos chegar (espiritual e socialmente) adoptando uma ou outra possibilidade. 
Os mais falsos fundamentos podem dar origem às mais sólidas realidades. Então talvez o problema esteja na nossa concepção de falso e verdadeiro. Fica lançada a ideia para debate.



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