terça-feira, 6 de janeiro de 2015

asdomasdasdasdade

vagueio pelas ruas, praças e cafés
com o corpo animado por um estimulo fugaz
ás vezes claro outra vezes escuro
risos, piadas, conversa e alguma cumplicidade
algum à vontade para fazer o inesperado
mas os risos acompanham, bem hajam
os risos e as personalidades
cada qual com o seu mundo às costas
mas cada qual pousa a mochila aqui e acolá
para descansar
e rir um bocado
um à vontade que qualquer vivência passada consegue rapidamente justificar
porque se viram ou partilharam o mesmo espaço cénico
durante certo e determinado período
determinado sabe-se lá onde e por quem
mas lá há de estar, deixai-o que bem cumpre a sua função
a de permitir, facilitar, potênciar
bendita muleta
bendito alcóol que nos entorpece a razão
até daqueles que de ti não bebem
mais ou menos pesados e melancólicos lá se deixam escorregar também
e rir
pois ri-te amigo!
ri e fala
fala os teus medos e ânsias
os teus projectos e utopias
fala que verás que os mesmos farão brilhar todos os olhos
um brilho de pura cumplicidade
às vezes, por mau hábito, vão querer parecer-te zombadores
ou zombantes, ou o caralho
mas não ligues e permite-te falar
fala e faz os outros rir
e passa a bola
os teus cumplices saberão continuar a jogada
uma táctica incerta, talvez
mas verás que é bela por isso mesmo
perceberás então a natureza mística da estranha e incerta força que ali vos reuniu
e por ali vos orienta e encaminha
qual psicogeografia da cidade
qual caralho...

toda esta merda para dizer
que continuas a não estar aqui

sim, continuas a não estar aqui

estou cansado, mesmo genuinamente cansado, poesia à parte
de vaguear entre moods
ora é belo e romântico
ora é triste, fraco, torpe, viciado
ora tudo está encaminhado e bonito
ora está tudo uma merda que estagnou
e não há nada mais triste que um amor que não brotou na sua hora
talvez haja, mas agora mesmo não
como certa primavera aquela flor ter escolhido não rebentar
por ânsia de ver como seria a próxima primavera
entretanto já o verão te matou e o vento do inverno te levou
(não deixes que o inverno nos mate!)
sim, germinarás noutro sítio
ou pelo menos alimentarás outras situações
mas, ainda assim, não germinaste...
porquê?
serei assim tão fraco?
tão cego?
será natural este sentir?
este tormento diário
qual demónio ou maldição
qual perfume ou prazer

estes choques estão a matar-me
estes choques estão mesmo a pôr-me louco
e estou a adorar, qual sado-masoquismo

por outro lado rejuvenescem-me
estou praqui a escrever
lalalalalalalala
para ninguem
com que esperança?
com que objectivo?
sinceramente, que tambem a ti te alimentem uma fantasia
igualmente prazerosa e dolorosa

escrever numa parede
frases.........

espera

tu não fazes ideia, nem em sonhos, que isto se está a passar
mas eu continuo a jogar
a jogar ao esconde-esconde com a minha sombra
metáfora de merda
merda de merda
já dizia o sábio: tudo merda

consola-me, riso
salva-me









Sem comentários:

Enviar um comentário