segunda-feira, 20 de maio de 2013

Nota sobre o texto "O publico portugues e o cinema como força transformadora" presente na 1ª edição da revista Sentidos

http://issuu.com/sentidosartesletras/docs/1maio

 Tenho um grave défice no que toca a contextualização histórica tendo em conta factores sociais, politicos, económicos, etc. Mas apreciei bastante o teu ponto de vista. Mas como reconquistar esse público agora? O meu ponto principal era o de perceber os processos mais básicos que fazem com que o gosto do público se torne cada vez mais controlado e pobre, e apresentar uma possível solução, uma atitude perante a criação cinematográfica, atitude essa que passa por adoptar certos elementos estruturantes de um filme estereotipado mas introduzindo algo mais pessoal e com potencial de comunicar com mais pessoas (neste caso os Portugueses), aquilo que eu referi nos exemplos, por exemplo do Steve McQueen. Tratar algo de uma forma diferente. O tempo, por exemplo. A semiótica do filme. A base moral ou inspiração cultural. Adoptei esta abordagem na minha média metragem. Ao inicio estava a ficar uma cena exageradamente "artistica" que so eu percebia, depois esquematizei toda uma série de coisas que queria comunicar e/ou abordar, inseri-o numa estrutura narrativa clássica e batida do rapaz que está numa realidade que o reprime, conhece uma moça de outra realidade, essa moça está em perigo, ele salva-a (mas não vivem felizes para sempre, alias, morrem os dois) mas dei-lhe algo meu e algo Português. A forma como tratei a edição, todo o background da historia e o seu conteudo, etc, etc. Provavelmente esta não é a atitude mais "artistica", mas creio ser a mais humana. Alias, fui bastante criticado por alguns professores. Porque alem desta atitude eu fiz o filme ao contrário. Em vez de escrever e depois procurar os meios para o fazer, eu vi que meios tinha, suguei o melhor deles e criei algo a partir deles. Isto juntamente com esta vontade de me assemelhar a estruturas estereotipadas foi altamente criticado. Critica essa que até a mim me moi a cabeça. Mas eu não sou um artista. Sou um homem, preocupo-me com as pessoas que me rodeiam, quero partilhar o que gosto com estas pessoas, quero que estas pessoas percebam o que eu vejo e quero com elas e através delas limpar (ou ajudar a limpar) muita merda que abunda nesta cultura consumista que sei lá até que estado existencial de autentico marasmo e cegueira nos pode arrastar.

Retirado de uma conversa do Grupo Cinetech&Ideas do Facebook.

Aí está a primeira edição da Sentidos!

http://issuu.com/sentidosartesletras/docs/1maio

somos diferentes

Discurso perfumado com as mais requintadas intenções morais! Que razão tão nobre e bela trazeis nesse peito inchado! Com que nobreza tu censuras o imprudente, o radical, o louco!

Pois eu sou o imprudente, o radical, o louco, e prefiro morrer em busca de um bem maior do que me viver numa "segurança". Não tenho nada a provar a ninguém, essa força que te move a mim não me pesa nada, e acredita que se conhecesses a minha felicidade escolherias também ser louco! Provavelmente tiveste o infortuito de cair muitas vezes em desgraça quando, outrora, te aventuraste nesse mundo de incertezas, de riscos, onde a um passo de ti tens a fortuna, mas é um passo no escuro, e talvez não consigas controlar o que te impede de caír no abismo. Mas sabes, consegues. Eu consigo. É tudo uma questão de auto educação, atitude, vontade, coragem!

Mas eu percebo-te, bastante bem até. Desculpa o meu discurso irónico e depreciativo. Somos diferentes. Por minha vontade nunca batalharemos, mas nunca mais te metas no meu caminho. E se tivermos que tomar uma decisão os dois, que seja pelo interesse de outro, e não do meu ou do teu.