sexta-feira, 6 de março de 2015

Se a vida nos dá limões, porque não fazer uma limonada?

Um tormento nunca passa, apenas ganha novos contornos, transforma-se, hibridiza-se, colonizando novos territórios como um cancro que se espalha pelo corpo e encontra novos centros onde se reterritorializa. Agora o tormento é o porquê. Porquê renegar os limões a que temos acesso? Porque não fazer uma limonada? Será ânsia de encontrar outros melhores, mais maduros talvez? Será medo de descobrir que afinal eram mais ácidos do que a sua casca amarela sugeria? Mesmo assim os limões mais ácidos não matam, podem corroer um pouco, mas deixar que esse medo nos impeça de os experimentar é, no minimo, um desperdício de horas de vida, uma passividade triste que nos fecha ao exterior e nos impede de embarcar em aventuras e viver, e se o sofrimento crescer ao menos por outro lado a felicidade também conheceu novos territórios, não é o homem que mais sofre aquele que mais plenamente consegue sentir felicidade? Pelo menos assim me quer parecer, talvez este seja o leit motiv que me consegue resgatar deste tormento e dar-me algum bem-estar, talvez esteja totalmente errado, mas cumpre a sua tarefa, a de me manter senil.
Mas não percebo, e este não entendimento está-me a corroer, porque enquanto me retraio para o tentar perceber estou também a afastar-me.
Não sei o que fazer. Tenho pena desta situação, gostava que ela desaparecesse, e que com ela fossem todos os meus desejos e fantasias, no regrets or hard feelings. Espero que ela habite apenas o meu imaginário e não se extenda muito, porque quanto mais atenção lhe damos mais longe estamos de uma resposta ou solução genuína e autêntica.
Pronto, a Primavera está a chegar e o mundo é um sítio bem grande, bem hajam!