terça-feira, 4 de março de 2014

odica imediaticidade

o mundo está perdido
o mundo sempre esteve perdido

o mundo é belo
tudo faz sentido

ávidos de conforto, assim nos tornamos
eu sou, tu és, nós somos, eles são
sem a imagem comum caímos no medo
despossados dela por forças de natureza incerta
deixamos de ser algo, para passar a ser algo que não sabe o que é

fragil corpo na infinita escuridão

a vantagem da ciência, enquanto sistema compreensivo é, fruto da sua própria incapacidade de perceber o nada, se assemelhar mais objectivamente a este, da mesma forma que a imagem reflectida no espelho copia os nossos movimentos.
padrões, repetições, ciclos
um corpo, outro corpo, dois corpos
um nada, outra nada, 2 nadas

não sei o que digo

cada civilização com o seu deus
é tudo, no inicio, uma questão geográfica e biológica
depois as equações ficam grandes e as variáveis deixam de caber numa definição sólida, para se tornarem elas próprias outros universos
assim caminhamos para o infinito

surge a razão de cada mundo
lançamo-nos em guerra
uns morrem, outros vivem
uma formiga é pisada, outra não

procurar razão no instinto domado
erguer a sua bíblia
construir estradas e armas

e o mundo gira à volta do sol
e o sol gira à volta do mundo
quadrado ignorante, feliz

confortável e cristalizado
assim deus quer o homem
cada civilização com o seu deus
mas agora voamos e aprimoramos técnicas e ferramentas que transformam a natureza.
que deus nos iluminará?

deus e sistema

faz faz faz
sê sê sê