terça-feira, 23 de maio de 2017

Gravity - novo estudo







gravity#1 - link para outro estudo


O novo Alien e outros Aliens - um hate statement arrogante

Fui ver o novo Alien do Ridley Scott, com algum cepticismo confesso:

Por um lado a ideia pre concebida de que ia ver algo que não era nada de novo, provavelmente a mesma formula que os anteriores filmes - Nave espacial feliz, nave aterra ou despenha-se num planeta incrivel, bicharoco entra na nave, morrem todos menos a gaja - 50% ou mais das imagens geradas digitalmente...

Por outro algumas críticas que ia lendo daquilo que supus serem fãs fervorosos, com Jorge Mourinha lá para o meio (que devo notar, até foi bondoso na sua apreciação ao filme) a dizer que não acrescentava nada à saga e que era uma tentativa forçada de explicar coisas que permaneceriam melhor em mistério. Temi que realmente fosse testemunhar a morte do género terror para a passagem para o género horror, onde o gross out e o obscenismo gráfico fossem os principais selling points e, de vez, o Alien perdesse a piada.

Ainda fui mais ceptico porque antes ouvi uma entrevista do DF, Dariusz Wolski, não tendo propriamente ficado maravilhado com o pragmatismo do homem a confessar que Digital era melhor que Película...

Contudo, e ao contrário do público alvo deste alvo deste filme - jovens realmente detestaveis, secretamente inflamados de raiva por não compreenderem as próprias emoções e psicologia, por não compreenderem porque é que compram todos as mesmas sapatilhas e smartphones com dinheiro ganho em trabalhos que secretamente detestam, e que insistem em sublimar essa falta de fruição intelectual com comentários depreciativos ao filme vociferado da forma mais pública possível opiniões críticas de interesse fundamental igual ao de um novelo de pentelhos entupidos num chuveiro - gostei do filme.

E no meio deste misto de emoções, descobri uma coisa. Apesar de realmente ter estudado cinema - licenciatura e mestrado - eu não sei criticar um filme. Ou melhor, sou péssimo crítico. Porque é dificil para mim ver um filme que não goste, todos os filmes que não gosto simplesmente não os vi, tão simples quanto arrogantemente. (como dizia um professor meu a propósito do novo filme dos transformers ou o raio-que-os-parta que ande na baila popular: "não vi, não gostei").

Mesmo filmes que a partida não gostaria, se por acaso os vi, quase de certeza que gostei, de alguma forma. Não consigo detestar um filme. Tipo detestar mesmo. Quer dizer, detesto o Transformers, mas lá está, não o vi (não me estou a armar, estou mesmo a ser arrogante). Não consigo perceber como é que alguém (que não o Jorge Mourinha ou qualquer crítico da velha guarda para quem o cinema morreu nos anos 70 em Paris) consegue sair de uma sala de cinema e dizer "péssimo filme" "filme terrivel" "muito mau". Juro, não consigo mesmo sentir qualquer elo empático com essas pessoas. E então aí pergunto-me a mim mesmo:

fds, então e tu Miguel, que opinião crítica tens do filme?
gostei... percebi ou subentendi esta ou aquela intenção narrativa em determinado momento, gostei da fotografia porque mal reparei nela (mal, mas claro que reparo sempre :) )

Não sei, não consigo detestar de um filme. Novamente, só não gosto dos filmes que não vejo. E há muitos filmes que me recuso a ver e que detesto, mas não posso falar desses porque, lá está, não os vi. Arrogância total. Não me importa esta arrogância, até me diverte. Porque a maior arrogância é a desses pseudos de merda que viram meia duzia de filmes (remakes chunga, adaptações da marvel, ou qualquer mirabolante merda explosiva ou pseudo artistica) e vociferam "detestei", com a maior das vaidades. Há algo mais detestável? Há arrogância que se compare a esta?

Odeio críticos, mas respeito o trabalho deles, não deve ser fácil.
Mas odeio ainda mais essa gentalha de merda que polui a sala de cinema com ecrãs oled de 5 polegadas, e a cacofonia de merda que grutejam e onde se rejubilam - quais porcos a chafrodar na própria merda, loucos e felizes.

Pois meus queridos, este é o meu hate statement para vocês. Ide apanhar no cu, calem-se, ide ver lá a Rihanna ou o Agir ou a puta que vos pariu, ide la para o instagram facebook dar o cu por um like, vocês não valem uma piça nem percebem nada de cinema. NADA. E mesmo pra vocês eruditos que viram todos os Godards e detestam o Alien, vocês também não percebem NADA de cinema. Pimba!

Passando ao filme, que seria o que interessava neste post de merda, eis a minha critica:

Gostei. Gostei imenso na verdade. Tudo o que toque o Cosmicismo (google it) e a saga humana pelo desconhecido universo fora, conquista-me sempre, facilmente. Sou fã, pronto. Não é o meu terror preferido, porque apoia-se bastante no horror, mas consegue fazer uma boa mistura dos dois num estilo marcante Alien. É um filme que ao mesmo tempo entretem, questiona e aterroriza. E fá-lo num formato perfeitamente clássico, numa linguagem perfeitamente acessível, por isso é uma viagem super fácil de se fazer, o que o torna de visualização natural e fluida, como qualquer sonho bom. Como assim é um filme péssimo? É um filme muitíssimo bem feito, não é um Bill Viola ou uma Salomé Lamas (gosto muito de ambos btw), mas certamente não é um escarro de um transformers ou destino fatal 3 ou guardiões crimonosas espectaculares da galaxia do caralho que vos foda. É como um 007, é tipo, you cant go wrong with 007, são sempre filmes incriveis! Skyfall e Spectre? Incriveis películas!

Ah, mas claro, se vocês são aquele espectador que fica ofendido por o realizador apresentar uma linguagem formatada que não incita o espectador a questionar e pôr em causa toda a sua vida e cultura visual, então é sem dúvida um péssimo filme para vocês. Mais vale não irem ver, a sério, fazem a favor a vocês mesmos e a mim também. Também será um péssimo filme para quem apenas quer violência gratuita e sangue e tiros e slow motions 3d warp hdr. Afortunadamente, será um péssimo filme para a restante escumalha cuja expectativa mesmo antes de ver o filme era saber que o ia detestar, e foi lá gastar os 5€, desgraçada marioneta consumista e tendenciosa.

Detesto quem precise de detestar um filme para consolar o seu pobre ego ou chamar a atenção para os seus próprios problemas pessoais recalcados. É tipo, get a fuckin life will you?! Sai da minha sala de cinema e vai chorar para a tua mamã. É preciso ser uma besta verdadeiramente egoista e arrogante...

dass....

(já passou, um dia vou saber apreciar o discurso de um hater, como quem aprecia uma mosca a desovar num pedaço de carne podre ou a acartar apaixonada e servilmente qualquer excremento para a sua toca - bicho misterioso e intrigante 🔬...)