terça-feira, 5 de novembro de 2013

o belo, instintivamente escrito

para mim o belo é

quando conseguimos sentir os diferentes prazeres das diferentes realidades e tempos. como quando se toca uma valsa de mozart e se é transportado para um idílico jardim de um palácio do séc XVIII.

a capacidade de conseguir ser livre. a liberdade não é um produto ou atributo, mas sim uma pré disposição. Ser livre é ter força, determinação, coragem, e vontade para nos alhearmos dos outros sistemas e as suas imposições para criarmos o nosso próprio. Seria belo ver uma qualquer figura mediática da politica, durante um importantíssimo congresso, despir-se antes de falar em público.

é também a ingenuidade, assistir a um ignorante a ensinar outro ignorante aquilo que ele próprio não sabe, isso para mim é belo também.

o belo também acontece acontece quando algo indesejado (quanto mais melhor) acontece na feitura de uma acção ou objecto cujo objectivo é dominar ou controlar.

o que o belo não é, de todo, para mim: Qualquer objecto que seja categorizado com essa palavra sob um sistema de valorização da obra com intuito de fazer lucro. Mas talvez seja, até certo ponto, belo alguém que, na sua ingenuidade, compre essa obra.

o belo está na resignação do jogador de xadrez, e na sua fúria e angústia. Na comunhão de opostos, na tomada de consciência das infinitas possibilidades e configurações do real, assim como do próprio conceito de belo. o belo pode ser gerado na consciência e inconsciência, simultaneamente. posso suportar uma definição de belo racional e politicamente, assim como posso suporta-la simplesmente com a minha poesia, emoção e instinto.

é belo que não se chegue a uma conclusão sobre o que é o belo. seria o oposto de belo, se apenas existisse um conceito de belo. mas mesmo aí haveria o belo, na capacidade de nos associarmos todos a um conceito, na capacidade de crença comum tornada possível através de mecanismos sociais que simplesmente não funcionam porque são mecanismos e não são, em si, vida.

finalmente, para concluir, belo é o infinito, belo é o nada.

será esta a beleza que delicia o niilista?